Se o prefeito não ouvir os servidores do IMESF, será o caos na saúde da Capital
Em uma simples comparação entre os fatos e o tempo em que eles ocorrem já seria possível desmentir o discurso do prefeito Marchezan de que a extinção do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (IMESF) ocorre contra a vontade do governo. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgada na terça-feira (18) como […]
18 set 2019, 12:43 Tempo de leitura: 1 minuto, 58 segundosEm uma simples comparação entre os fatos e o tempo em que eles ocorrem já seria possível desmentir o discurso do prefeito Marchezan de que a extinção do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (IMESF) ocorre contra a vontade do governo. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgada na terça-feira (18) como uma bomba entre os servidores da saúde, não havia sido apresentada oficialmente ao Município quando Marchezan já anunciava “medidas de resposta ao fim do instituto”.
Depois de notificada da decisão, a prefeitura teria ainda a chance de apresentar recursos e prolongar um pouco mais a discussão na Justiça para buscar alternativas ao fechamento do Imesf, que provocará o desemprego de mais de 1,8 mil servidores, entre médicos, enfermeiros e agentes comunitários. Entre as alternativas possíveis estaria um projeto de lei que tornasse o IMESF uma empresa pública.
Mas como o oportunismo e o cinismo desse governo não têm limites, Marchezan aproveitou-se da decisão para acelerar ainda mais seu projeto de terceirização da saúde pública, anunciando no Paço Municipal um plano de entrega do atendimento à iniciativa privada, mesmo que a própria Justiça já tenha encontrado indicativos claros de que esse modelo é lesivo ao patrimônio público. Em julho deste ano, o edital que colocou os postos de Lomba do Pinheiro e Bom Jesus na mão de uma empresa que tinha em seu histórico suspeitas de corrupção e má gestão do recurso público em outros Estados foi suspenso.
A prefeitura sabe da qualidade do serviço prestado pelo IMESF, antecipou-se para fechá-lo com o propósito de abrir caminho à terceirização, sem buscar saídas para a manutenção do instituto. Os servidores, em desespero pela possibilidade real de ficarem desempregados em 60 dias, buscam evitar a extinção imediata e abrir diálogo para soluções.
A Câmara Municipal deve tratar do tema na segunda-feira (23) em reunião extraordinária da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), conforme foi informado aos servidores na reunião de lideranças desta quarta-feira (18) . Se o prefeito não ouvir os trabalhadores estará provocando o caos na saúde de Porto Alegre, até porque ninguém vai perder emprego sem lutar.