Não sucumba diante de políticas reacionárias

A contradição do mundo hoje não se resume a classe trabalhadora versus grandes capitalistas, mas também entre modernidade e atraso.

28 dez 2018, 13:29 Tempo de leitura: 1 minuto, 48 segundos
Não sucumba diante de políticas reacionárias

Quando parte das classes médias altas e setores da burguesia mostraram sua disposição de apoiar um discurso que dissemina preconceitos e ódio contra mulheres, negros e a comunidade LGBT, foi visível que você, governador gaúcho eleito, ficou incomodado. Assim decidiu não abraçar esse bloco político autoritário com o entusiasmo que o fez seu oponente no segundo turno. Sendo um político que, em minha avaliação, busca representar a burguesia gaúcha, sua atitude, ainda que tímida, deixou claro que nem todos os políticos da classe dominante estão hoje alinhados com o discurso do ódio.

A contradição do mundo hoje não se resume a classe trabalhadora versus grandes capitalistas, mas também entre modernidade e atraso, valores culturais progressistas versus valores reacionários e neofascistas. Que o novo governador não sucumba diante dessas políticas reacionárias seria um bom caminho.

Infelizmente, em seu sistema de alianças, tais forças reacionárias estão presentes e também pautaram as suas posições acerca desses temas. Posições autoritárias já se fazem sentir, como a tentativa de censurar os professores em escolas e em projetos de lei como a Escola sem Partido, cujo conteúdo verdadeiro significa uma escola com mordaça. O fim da preciosa colaboração dos médicos cubanos com o programa de saúde mostra também os efeitos de posições reacionárias combinadas com despreparo do presidente eleito.

Vamos seguir defendendo o programa que erguemos na campanha, cujo centro é a luta pela igualdade e contra os privilégios. Isso significa apostar na associação dos trabalhadores, no apoio aos pequenos produtores e na defesa de que os recursos públicos sejam destinados aos mais pobres, para garantir educação e saúde pública. 

Para tanto, é fundamental combater os privilégios dos megaempresários que continuam com bilionárias isenções de impostos. Com tais isenções, uma vez mais o povo estará abandonado a sua própria sorte. Como vereador de Porto Alegre, é ao lado da luta do povo onde estarei.

Artigo originalmente publicado pelo jornal Zero Hora.