Frente Parlamentar em Defesa do HPS une trabalhadores, lideranças de classe e políticos contra a terceirização do hospital

São 150 mil pessoas atendidas na emergência por ano. Nada menos do que 2,6 mil cirurgias, 4,9 mil internações em enfermarias e 116 mil exames laboratoriais. Estes são alguns dos dados que demonstram a grandeza do Hospital de Pronto Socorro (HPS) para a saúde de Porto Alegre. Talvez por isso tenhamos conseguido a união que […]

25 jun 2019, 12:02 Tempo de leitura: 3 minutos, 27 segundos
Frente Parlamentar em Defesa do HPS une trabalhadores, lideranças de classe e políticos contra a terceirização do hospital
Durante lançamento da Frente, a coordenadora-adjunta do Conselho Municipal de Saúde, Rosa Helena Cavalheiro Mendes demonstrou preocupação com a proposta do governo

São 150 mil pessoas atendidas na emergência por ano. Nada menos do que 2,6 mil cirurgias, 4,9 mil internações em enfermarias e 116 mil exames laboratoriais. Estes são alguns dos dados que demonstram a grandeza do Hospital de Pronto Socorro (HPS) para a saúde de Porto Alegre.

Talvez por isso tenhamos conseguido a união que se viu no lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do HPS, em maio, na Câmara Municipal, iniciativa que nosso mandato tomou tão logo o governo Marchezan anunciou a intenção de terceirizar a gestão do hospital.

Na solenidade, ouvimos entidades da área da saúde, como o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), representado por seu presidente, Marcelo Marsillac Matias, e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RS), com a presença da conselheira e técnica em enfermagem Úrsula Stüker, além da diretora adjunta de finanças do Sindicato dos Nutricionistas do RS, Jussara Perin, do diretor do Sindicato dos Farmacêuticos do RS, Masurquede Coimbra.

Todos, sob diferentes aspectos, apontaram os riscos que a terceirização do principal hospital em atendimento de emergência da cidade traz para a saúde pública.

– É com muita tristeza que, nesta semana, que deveria ser de valorização da Enfermagem, estamos aqui na instalação da frente parlamentar em defesa do HPS. Ao mesmo tempo, nos dá um alento, porque sabemos que temos lutadores defendendo esse nosso serviço. Na Saúde, 60% do trabalho é realizado pela Enfermagem. E, na Enfermagem, 85% dos trabalhadores são mulheres e sabemos que, no Brasil, metade das famílias é sustentada por mulheres. Isso demonstra o quanto é perversa essa proposta de privatização. O Coren repudia veementemente o desmonte dos serviços de saúde e seguirá na defesa de um SUS público e de qualidade, com equidade. Saúde não é mercadoria – disse Úrsula, lembrando as datas 12 de maio, Dia dos Enfermeiros (as), e o 20 de maio, Dia dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem.

O apoio a essa defesa do HPS também chegou pelas entidades de trabalhadores que atuam na casa de saúde, como a Associação dos Servidores do HPS (AsHPS), cujos representantes relataram situações em que a terceirização representou queda na qualidade dos serviços oferecidos e desrespeito aos profissionais, com meses de atraso em salários e benefícios e condições de trabalho inadequadas, inclusive no setor de higienização, fundamental para a segurança dos pacientes.

– Tão logo soubemos que o HPS poderia ser terceirizado, montamos um comitê permanente em defesa do HPS. Nós iremos a fundo em defesa de um serviço público de qualidade, em defesa do SUS e do HPS 100% público. Vai ter luta, sim! Salvaremos o HPS! – bradou a técnica em Enfermagem Marília Iglesias, diretora da AsHPS.

LUTA DE TODOS 

O trabalho da Frente Parlamentar em Defesa do HPS será um trabalho amplo, com apoio de vários vereadores – inclusive da base do governo – e deve se estender para além do legislativo municipal.

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) e a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) se comprometerem em levar as ameaças ao HPS às discussões na Câmara de Deputados, em Brasília, e à Assembleia Legislativa, onde a pauta também conta com apoio do deputado Sebastião Mello (MDB).

O vereador Dr. Goulart (PTB) participou do lançamento da Frente Parlamentar e reforçou que a defesa do HPS não é partidária, tampouco deve ser reduzida à dicotomia direita/esquerda. Ele se junta a vereadores do PSOL, PT e outras siglas que vão lutar pela manutenção do HPS como patrimônio público de Porto Alegre.

A Frente Parlamentar em Defesa do HPS também contou com o apoio do Conselho Municipal de Saúde, do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), do SindiSaúde-RS, entre outras entidades ligadas aos trabalhadores de saúde.