CPI aponta indícios de fraudes na formação de trabalhadores da Equatorial
Vereador Roberto Robaina (PSOL) denunciou possíveis irregularidades de terceirizada, incluindo certificados falsos de capacidade técnica Formação online, desrespeito a normas técnicas e até certificação falsa são parte das suspeitas levantadas pelo vereador Roberto Robaina (PSOL) na CPI da Equatorial, da Câmara Municipal, acerca da qualificação das equipes da empresa. Nesta quinta-feira (18/4), a comissão parlamentar […]
19 abr 2024, 16:56 Tempo de leitura: 3 minutos, 7 segundosVereador Roberto Robaina (PSOL) denunciou possíveis irregularidades de terceirizada, incluindo certificados falsos de capacidade técnica
Formação online, desrespeito a normas técnicas e até certificação falsa são parte das suspeitas levantadas pelo vereador Roberto Robaina (PSOL) na CPI da Equatorial, da Câmara Municipal, acerca da qualificação das equipes da empresa.
Nesta quinta-feira (18/4), a comissão parlamentar ouviu Camilla Calvete Portela Barbosa, diretora do Centro de Educação e Cultura Cecília Meireles, de Eldorado do Sul, e Maurício Flores dos Santos, que já ocupou cargos como chefe da Seção de Ensino Técnico Básico da CEEE e Coordenador Geral do Centro Técnico de Aperfeiçoamento e Formação – CETAF/CEEE.
Ambas as oitivas foram solicitadas por Robaina com o propósito de esclarecer suspeitas de má conduta na formação dos trabalhadores por parte da terceirizada que faz a manutenção da rede da Equatorial, a Setup, empresa com sede em Criciúma (SC).
A escola de Camila havia sido procurada para organizar um curso de formação para as equipes da Equatorial, mas não teria sido selecionada sob a justificativa de custo alto. À CPI, ela explicou sobre a impossibilidade de se realizar cursos de formação na área elétrica sem prática presencial e sem considerar normas técnicas básicas, além de qualificação e experiência dos que ministrarão as aulas. Ela ressaltou que soube mais tarde que a Equatorial teria optado por uma formação online e dez vezes mais barata do que o orçamento que ela havia apresentado.
– Imagina capacitar pessoas para trabalhar na rua com um curso online que elas podem assistir ou não e no final do curso sair um certificado qualquer que capacita essa pessoa a trabalhar na rede? – disse a diretora.
Maurício Flores apresentou à comissão dados e informações de como, a partir de sua experiência de décadas na CEEE estatal, uma formação no setor pode ser considerada adequada, levanto em conta o conhecimento técnico e os cuidados com a segurança. Flores ressaltou que muitos trabalhadores têm consciência da formação deficitária e, percebendo o risco, acabam pedindo demissão:
– Quando ele chega lá (na manutenção da rede) e percebe a encrenca que ele está se metendo, pensa: “bom, vou morrer em um, dois”.
Entre um depoimento e outro, o vereador Roberto Robaina ressaltou que a CPI deve mirar nas suspeitas de fraude na formação das equipes que atuam na Equatorial e apresentou dados de investigações do Ministério Público do Trabalho que reforçam os indicativos de conduta fraudulenta.
– Os testemunhos de hoje casam bem com situações fraudulentas que o MP observou. Essa falta de qualificação e até possíveis falsificações em certificados podem explicar, por exemplo, os últimos acidentes fatais por choque elétrico. É muito grave que usuários e trabalhadores tenham suas vidas ameaçadas por este nível de irresponsabilidade e falcatrua – comentou Robaina, líder da oposição na Câmara Municipal.
Em sessões anteriores, Robaina havia apresentado requerimento para que fossem ouvidos os responsáveis pela Setup, terceirizada da Equatorial, mas o pedido foi rejeitado na CPI. Diante dos fortes indícios, a presidente da comissão, vereadora Cláudia Araújo, refez o pedido para ouvir a empresa, o que foi acolhido por unanimidade. A CPI da Equatorial deve seguir os trabalhos até o começo de junho.
Trecho da oitiva com Camilla Calvete Portela Barbosa, Diretora do Centro de Educação e Cultura Cecília Meireles; Maurício Flores dos Santos e Cel. Ricardo Mattei, Comandante do 1º CBMRS.