Ter sido espionado nos anos 80 é currículo. Robaina e Luciana Genro citados em documentos do SNI
Estes documentos (abaixo) mostram como a repressão se infiltrava no movimento estudantil e nas reuniões dos trabalhadores. Estão aí relatos de policiais infiltrados nos encontros em que eu, Luciana Genro e outros companheiros participávamos em meados dos anos 1980. Não tenho informações sobre o policial que nos acompanhou a mando do Serviço Nacional de Informações […]
12 nov 2019, 15:55 Tempo de leitura: 0 minutos, 59 segundosEstes documentos (abaixo) mostram como a repressão se infiltrava no movimento estudantil e nas reuniões dos trabalhadores. Estão aí relatos de policiais infiltrados nos encontros em que eu, Luciana Genro e outros companheiros participávamos em meados dos anos 1980.
Não tenho informações sobre o policial que nos acompanhou a mando do Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão criado em 1964 para perseguir aqueles que se opunham à ditadura militar, mas guardo boas memórias das greves e dos protestos que liderei no Julinho.
Nesta época, enfrentávamos o delegado José Morsch, um conhecido torturador que chegou a ser titular do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) no Rio Grande do Sul e esteve envolvido na morte do Sargento Soares no crime que ficou conhecido como o Caso das Mãos Amarradas. Acreditem, esse senhor era responsável pelo setor “pedagógico” do Julinho.
Os documentos me foram repassados pelo pesquisador e amigo Rodrigo Lentz. É um material público e integra o acervo do Arquivo Nacional referente ao período da repressão. Para nós, que nos orgulhamos de lutar contra a opressão, estes arquivos são como currículo.