Frente Parlamentar mobiliza camelôs e ambulantes contra a repressão de Marchezan
Avenida Assis Brasil, Borges de Medeiros, Rua dos Andradas, Osvaldo Aranha, Restinga. São lugares como esses, entre tantos outros, o endereço comercial de gente que tenta garantir a dignidade e a sobrevivência em um país com quase 12% da população economicamente ativa desempregada e com mais de 40% da população ocupada na informalidade. Lançamos, nesta […]
9 out 2019, 17:22 Tempo de leitura: 2 minutos, 14 segundosAvenida Assis Brasil, Borges de Medeiros, Rua dos Andradas, Osvaldo Aranha, Restinga. São lugares como esses, entre tantos outros, o endereço comercial de gente que tenta garantir a dignidade e a sobrevivência em um país com quase 12% da população economicamente ativa desempregada e com mais de 40% da população ocupada na informalidade.
Lançamos, nesta terça-feira (8), a Frente Parlamentar em Apoio aos Camelôs, Ambulantes e Feirantes de Porto Alegre, com a proposta de dar voz a esses trabalhadores e frear a repressão violenta do governo Marchezan contra quem encontra no comércio das ruas uma forma de ganhar a vida.
No Plenário Ana Terra da Câmara Municipal, ficamos diante de relatos absurdos da rotina de violência a que essas pessoas têm sido submetidas, incluem-se aí os imigrantes senegaleses, haitianos e venezuelanos, que, como ressaltou o presidente da Associação dos Feirantes da Rua da Praia, Juliano Fripp, “estão apanhando com os brasileiros, mas também estão se mobilizando com eles” .
Homens e mulheres apontaram excessos nas ações de fiscalização comandadas pela prefeitura, com apoio da Brigada Militar e da Guarda Municipal. Mercadorias retiradas agressivamente, perseguições como se trabalhar fosse crime e recolhimento de produtos, cuja devolução ocorre mediante multas altas e descabidas, isso quando o material não toma destino incerto, causando um prejuízo terrível a essas pessoas. Sem falar na falta de critério claro para a concessão das permissões de ocupação do espaço público e nas renovações desses documentos e do desrespeito à luta de famílias humildes. “Tenho a idade que tenho e quero trabalhar. Se não me deixarem, vou na Justiça exigir meus direitos. Não sou ladra, quero trabalhar!”, disse a ambulante Iara Beatriz Goulart, 70 anos, há mais de 20 vendendo churrasquinho no Centro.
Definiu-se, nesta primeira reunião da Frente Parlamentar em Apoio aos Camelôs, Ambulantes e Feirantes de Porto Alegre, a organização de uma comissão, formada por trabalhadores das ruas de Porto Alegre. Esse grupo ficará à frente de negociações e também listará as principais reivindicações desses trabalhadores, para que essas demandas sejam discutidas tanto na Câmara quanto na prefeitura e em outras esferas.
Como vereador, assumo esse compromisso de lutar pelo direito ao trabalho e contra um governo que, além de não agir para a geração de empregos, usa de violência contra quem busca sobreviver à crise.
Fotos: Leonardo Contursi/CMPA